27 de nov. de 2010

Aimee Semple Mcpherson

Breve biografia de Aimee Semple Mcpherson
Fundadora do Evangelho Quadrangular

Texto baseado na apostila “O Evangelho Quadrangular”, elaborado pelo
Instituto Teológico Quadrangular – Curso Fundamental – 1º Ano – 2002
Secretaria Geral de Educação e Cultura – Pastora Mara Cristina Lau
Departamento de Educação Teológica – Pastora Rosiê Maximiano Carneiro.

Aimee Kennedy nasceu no dia 09 de outubro de 1890, em uma pequena fazenda próxima de Ingersoll, em Ontário, no Canadá. Filha única do casal James e Minnie Kennedy, durante sua adolescência se interessou pelos programas sociais e recreativos da igreja Metodista, mas a atração pelas artes a fizeram esfriar na fé e se afastar de Deus.

Aos 17 anos visitou a igreja Missão Pentecostal onde ouviu a pregação do jovem evangelista Robert Semple sobre Arrependimento, pautada na passagem de Atos 2:38. A mensagem a tocou de tal forma que a fez clamar pela misericórdia do Senhor pelos seus pecados e aceitou verdadeiramente a Deus.

Com o desejo de ganhar almas para Cristo, procurou na Bíblia o segredo do poder e êxito dos discípulos na evangelização de pessoas. Pelo estudo no livro de Atos descobriu que o revestimento do poder para servir era sinônimo de batismo com o Espírito Santo.

Ao buscar incessantemente o Consolador, orando durante horas, comendo e dormindo pouco, ela recebeu uma visão de um vasto campo de trigo, já branco para a ceifa. Na visão, os trigos começaram a se transformar em rostos humanos e as folhagens em mãos levantadas. O Senhor colocou em suas mãos uma foice para cortar o trigo e no seu coração soaram as palavras: “Vais recolher o trigo, mas lembres sempre que a foice te é dada para cortar o trigo. Muitos ceifeiros usam-na corretamente apenas poucas horas, e depois começam a cortar e marcar os seus colegas. Aplica-te à tarefa que está perante ti, corte somente o trigo e recolhe os molhos preciosos”. Neste mesmo dia recebeu o batismo no Espírito Santo, louvando e glorificando ao Senhor um uma língua que nunca aprendeu.

Casamento e entrada no Ministério

Aimee casou-se no dia 22 de agosto de 1908 com o evangelista Robert Semple e juntos entraram no campo evangelístico. Neste período ela recebeu o dom da interpretação de línguas.

Passado algum tempo, Aimee caiu em uma escadaria e fraturou o osso de um dos pés. Ao colocar o gesso, o médico deu poucas esperanças de recuperação dos ligamentos e de sua flexibilidade, mas Deus lhe concedeu a cura.

Ao ouvir o chamado do Senhor, o casal partiu para uma viagem missionária à China, com a filha recém-nascida. Ambos foram acometidos de malária, mas Robert morreu da doença.

Após alguns anos de trabalho missionário, Aimee voltou para a América com sua filha, onde se casou novamente com Harold Stewart Mcpherson e teve um filho, Rolf Kennedy Mcpherson.

Entre a luta de pregar a palavra ou cuidar de sua família, Aimee caiu em um estado de depressão que ela procurou afastar dedicando-se mais às obrigações domésticas, mas acabou adoecendo gravemente, fazendo várias cirurgias sem resultado. Quando estava à beira da morte ouviu o chamado de Deus para voltar a proclamar o Evangelho e, ao aceitar fazer a obra, ficou curada em apenas 15 dias.

As primeiras campanhas (1915-1918)

Aimee voltou ao Canadá em 1915, onde realizou sua primeira campanha evangelística. Pregou em tendas de lona nas cidades da orla marítima do Atlântico até 1918, ganhando cada vez mais almas para Jesus. Lançou a revista pentecostal “Bridal Call”, contendo testemunhos e notícias das campanhas, que hoje é publicada com o nome de “The Foursquare Worl Advance” sobre o Evangelho Quadrangular no mundo inteiro.

As campanhas evangelísticas desses primeiros anos foram marcadas com grandes experiências de fé e maravilhas. Deus começou a usá-la no ministério de cura quando uma moça com artrite reumatóide apareceu em um dos cultos e, pelo poder do Espírito Santo, foi curada.

Em uma campanha em Durant, na Flórida, antes de iniciar o culto o local foi acometido de uma pequena explosão e o fogo atingiu o rosto de Aimee, deixando-o cheio de queimaduras, mas ela iniciou o culto clamando pela cura e, em atitude de louvor, ergueu as mãos e declarou “Louvado seja o Senhor que me cura e me tira toda a dor”. A igreja começou a louvar e instantaneamente o sofrimento intenso foi aliviado e, perante os olhos de todos o vermelho de seu rosto começou a diminuir e as bolhas desapareceram.

Harold Mcpherson mandou-lhe um telegrama para que voltasse para sua casa, mas Aimee recusou-se a voltar. Ele veio então ao seu encontro e ouvindo uma de suas pregações reconheceu o chamado de Deus em sua vida, estimulando-a a continuar.

As viagens transcontinentais (1918-1923)

Em 1918, Aimee fez sua primeira viagem transcontinental, da orla do Atlântico até a cidade de Los Angeles, atravessando o continente Norte Americano com seu carro pintado com letras douradas os dizeres “Carro do Evangelho” e “Jesus Voltará, Prepare-se!”.

Acompanhada de sua mãe e uma secretária, ela pegou a direção e percorreu uma viagem de 6.400km pregando e distribuindo folhetos. Quando estava à caminho da cidade de Tulsa, no estado de Oklahoma, recebeu a notícia de que todas as igrejas daquele lugar estavam fechadas por causa das muitas mortes decorrentes de uma epidemia de gripe. Em oração o Senhor lhe falou para não temer, pois quando chegasse lá as igrejas estariam abertas. E desta forma aconteceu, ao chegar ouviu os sinos de muitos templos. As pessoas estavam comemorando a reabertura das igrejas naquele mesmo dia.

Entre 1918 e 1923, atravessou os Estados Unidos oito vezes, realizando 38 campanhas evangelísticas nos maiores auditórios do país, com capacidade de três mil a 16 mil pessoas sentadas. Uma das grandes campanhas dessa época foi realizada na cidade de Denver, no Colorado, em um auditório que comportou 15 mil pessoas. O número das conversões era tão grande que houve cultos nos quais quase metade dos ouvintes se levantava para aceitar a Jesus. O ministério de Aimee tornou-se internacional em 1922 quando realizou uma campanha na Austrália e se estendeu a muitas outras nações.

Aimee não conseguiu conciliar sua vida de evangelista com a de esposa e, em 1921, sentindo-se preterido devido às muitas viagens de Aimee, Harold pediu o divórcio alegando abandono do lar. Seu casamento durou perto de 9 anos.


A Igreja do Evangelho Quadrangular 
Fundação do Ministério

Durante a campanha que aconteceu na cidade Okland, em 1922, Aimee foi inspirada a chamar sua mensagem de “Quadrangular”, revelada enquanto pregava sobre a visão de Ezequiel a respeito dos quatro querubins com quatro rostos, que simbolizavam o quádruplo ministério do Senhor Jesus: O Salvador, O Batizador com o Espírito Santo, O Grande Médico e o Rei que Voltará.

Sua mensagem nunca mudou, mas recebeu nova ênfase quando ela começou a proclamá-la com o nome dado por Deus “O Evangelho Quadrangular”.

No mesmo ano, em Los Angeles, Aimee comprou um terreno e começou a construção do Templo Sede Internacional, Angelus Temple, sendo consagrado em 01 de janeiro de 1923, com capacidade para mais de cinco mil pessoas.  Ela dirigia pessoalmente 21 cultos por semana. Nos primeiros cinco meses, mais de sete mil pessoas encontraram a salvação em Jesus e mais de 1.200 foram batizadas nas águas.

Trinta e três dias depois os primeiros alunos do Instituto de Treinamento Evangelístico e Missionário iniciaram seus estudos. Com o número cada vez maior de estudantes, em 1926 foi inaugurado um edifício de quatro andares para o uso do Instituto Bíblico, chamado de Life Bible College.

Em 06 de fevereiro de 1924, Aimee consagrou a Rádio KFSG (Call Four Square Gospel), sendo a primeira emissora de rádio de uma igreja nos Estados Unidos. Compôs 13 óperas, escreveu 175 hinos e vários livros.

O sequestro

Em 18 de maio de 1926, Aimee e sua secretária Emma Schaffer, foram à praia. Aimee foi ao mar e não foi mais vista. De início as pessoas pensaram que havia se afogado e começou um grande rebuliço em todos os Estados Unidos, especialmente em Los Angeles, que era centro de suas atividades evangelistas. Equipes de busca foram organizadas e incansavelmente buscaram seu corpo, mas nada encontraram. 
Aimee contou que foi abordada por uma senhora que chorava muito e pedia para que fosse orar por sua filha que estava morrendo no carro. Chegando ao veículo, percebeu que era uma cilada e foi seqüestrada.

No cativeiro, indagou aos seqüestradores o motivo de tudo aquilo e eles disseram que pediriam um resgate e ficariam com o Templo. Ela esteve presa por quase um mês em uma casa, depois foi levada para uma cabana primitiva por dois ou três dias; quando se viu sozinha pulou a janela, conseguindo escapar para o deserto, onde andou o dia inteiro, passando pôr muitos perigos. Já era madrugada quando avistou uma casa, aonde foi pedir ajuda.

O dono da casa, que se chamava Gonzáles, ligou para polícia do Arizona para registrar o seqüestro e avisar sua mãe. Ela foi encaminhada para um hospital. Não acreditando que se tratava da senhora McPherson, chamaram um editor para identificá-la. Quando confirmado, ela pôde entrar em contato com sua mãe pelo telefone. Todos do Templo quando souberam da notícia ficaram muito felizes com a sua volta.

 Nesta época ela foi muito perseguida pelos jornalistas e autoridades que não acreditaram no que havia acontecido. Depois de terem esgotado esta história, resolveram acrescentar que esse tempo de cativeiro foi uma desculpa para encontros amorosos, denegrindo sua imagem de evangelista. Até um possível aborto foi apontado, mas por falta de provas o inquérito foi encerrado.


A volta ao Ministério

Voltando às suas viagens evangelistas, foi para a cidade de Baltimore, onde os jornais divulgaram-na como “Mulher Milagrosa”. Através desse anúncio, o teatro ficou repleto de paralíticos e doentes, mas pelo poder de Deus muitos milagres aconteceram.

Durante as viagens, sua mãe era quem cuidava efetivamente do Templo, mas quando faleceu, Aimee assumiu essa responsabilidade e acabou tendo um desgaste físico e mental, adoecendo gravemente. Seu filho Rolf então passou a liderar a igreja.

Seu último casamento e sua morte

Após os casamentos de seus filhos, Aimee casou-se novamente com o cantor David Hutton, mas logo descobriu que ele não a amava, apenas a estava usando para obter sucesso em sua carreira, e acabaram se divorciando.

Emocional e fisicamente abatida, passou a tomar antidepressivos e tranqüilizantes para dormir. Sua muita atividade a deixava exausta e passou a ter dificuldades para descansar. Em setembro de 1944, viajou para Oakland para pregar e para inaugurar mais um templo Quadrangular.

Na noite do dia 26 setembro de 1944, após pregar seu último sermão na Califórnia, onde recebera a visão do Evangelho Quadrangular, Aimee tomou vários comprimidos para dormir e deixou outros tantos em baixo de seu travesseiro. Diz-se que ao se sentir mal, tentou ligar para o médico, mas não conseguiu completar a ligação. Foi encontrada morta no dia seguinte, em seu quarto. O laudo dizia "falha múltipla de rins e outros órgãos devido a uma overdose acidental". As circunstâncias da morte de Aimee levaram a rumores de suicídio, o que nunca ficou evidenciado.

Considerações

Muitas pessoas têm se posicionado contrário à vida de Aimee Semple Mcpherson, gerando notícias que denigrem sua imagem de serva do Senhor, e até mesmo a igreja do Evangelho Quadrangular. O que devemos ter firmado em nossos corações é o fato de Aimee ter sido usada por Deus para uma grande obra missionária que salvaria a alma de milhares de pessoas. Deus havia estabelecido um plano para aproximar esse povo dEle, e sabemos que Ele usa quem quer e da maneira como quer.

Aimee foi humana, passou por problemas financeiros, emocionais e espirituais como todo cristão está sujeito. A Igreja do Evangelho Quadrangular não a vê como ídolo ou a coloca como símbolo de santidade e justiça, pois sabemos que somente Deus é Santo e somente Ele é justo, mas esta grande serva merece ser lembrada pelas suas boas obras, pela disposição em servir a Cristo e de se preocupar com o evangelismo e a salvação de almas. Que somente o nome do Senhor Jesus seja exaltado para todo o sempre.



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